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quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Tardes de truco fazem parte da vida de aposentados carmenses

As tardes na Praça Presidente Vargas não seriam as mesmas sem a turma de aposentados que diariamente se divertem jogando truco nas quatro mesas de concreto instaladas em meio às árvores do local. Sem realizar apostas em dinheiro, a rotina dos cerca de 20 homens – oito duplas jogando, fora os ficam apenas observando, aguardando a vez de cartear – se repete há mais de dez anos.

O aposentado Francisco Batista da Silva, o Chico Ganga, de 70 anos, diz que sente falta quando não pode ir à praça para jogar com os amigos. Ele também não fica satisfeito só de jogar. Para conseguir vencer as partidas, é preciso ter destreza e agilidade. “O principal é o sinal (combinação de gestos entre os parceiros que facilita as jogadas). Tem que ter sorte também, e tem dia que a carta não vem”, explica o aposentado.

Quem explica o ambiente do jogo na praça é o aposentado Narciso Canuto, de 78 anos. Ele já chegou a viajar e disputar torneios profissionalmente. “Tem que ter muita experiência e sabedoria. No truco você vai apanhando as manhas aos poucos. Quanto mais joga, mas experiência adquire”, afirma.

O jogo é pura diversão, garantem os aposentados. Um deles conta que foram alertados pela polícia da cidade para não apostarem dinheiro. A intenção de transformar a praça num palco de jogatina nem passou pela cabeça deles. “É só uma brincadeira mesmo”, todos dizem.

Os baralhos e a toalha de mesa são providenciados por eles mesmos. Os aposentados começam a chegar por volta de duas da tarde e vão formando as duplas. Quem chega depois fica de fora, num movimento que eles gostam de chamar de “senta e levanta”.

As mesas estão instaladas num canto da praça onde as árvores não são suficientes para sombrear todo o local. Em dias de sol forte, eles improvisam novas bancadas bem debaixo da copa das árvores, num ponto em frente à rodoviária.

O truco praticado na praça não é privilégio só de aposentados. Crianças e jovem também arriscam enfrentar os mais experientes. Taxistas e outros amantes do jogo também costumam dar uma passadinha por lá no final da tarde, logo depois do expediente
. (Matéria publicada no jornal Tribuna do Carmo em 1º de agosto de 2007. Foto: Thiago Nogueira)

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