Depois de conseguir provar um equívoco na prestação de suas contas de campanha nas eleições 2004, o motorista particular Davi Sales foi diplomado como suplente de vereador e, com a cassação do parlamentar Leonardo Rodrigues de Almeida, o Tileo, assumiu, na segunda-feira, dia 8, uma das cadeiras da Câmara Municipal de Carmo da Mata.O vereador Tileo foi cassado em julho por infidelidade partidária. Davi assumiria de imediato o cargo, pois era o primeiro suplente da coligação PMDB/PPS. Mas sua prestação de contas, e dos demais suplentes, não foram aprovadas pela Justiça Eleitoral.
Como a sentença pela desaprovação das contas se estendeu até outubro de 2007 – três anos depois do pleito de 2004 –, Davi pôde entrar com um novo pedido de diplomação logo que soube da possibilidade de assumir o lugar de Tileo. Desta vez, o advogado de Davi conseguiu provar que o contador da campanha esqueceu de preencher alguns recibos.
Davi cumprirá seu terceiro mandato como vereador. Ele esteve no cargo entre 1997 e 2000 e de 2001 a 2004. Apesar do pouco tempo que ficará no cargo, ele acredita que é possível fiscalizar o executivo municipal.
“O tempo é curto. Mas vamos correr atrás, fazer a fiscalização, pedir a prestação de contas do dinheiro empregado na saúde. É saber direitinho se o dinheiro está sendo repassado”, afirmou.
A cassação de Tileo, que apóia o Governo Milton Neto, e a posterior posse de Davi é uma vitória da oposição. Mas o novo vereador carmense promete não atrapalhar o desenvolvimento do município. “Vou fazer uma oposição inteligente. O que for bom, visar à cidade, a gente vai aprovar”, ressaltou Davi, que concorre a um novo mandato nas eleições deste ano.
Dizinho tem processo extinto
O vereador Olady Aleixo Júnior, o conhecido Dizinho (PT), eleito em 2004 pelo PP, teve o processo de infidelidade partidária extinto pela Corte Eleitoral do Tribunal Regional Eleitoral do Estado (TRE-MG). Desta forma, ele escapa, momentaneamente, da cassação.
A perda do mandato de vereador de Dizinho foi pedida pelo suplente José Bernardino de Souza. O processo foi julgado no último dia 26. “Não conheceram das preliminares de inconstitucionalidade e de impossibilidade jurídica do pedido. Com voto de desempate do Presidente acolheram a preliminar e extiguiram o processo sem resolução do mérito”, diz a decisão do TRE-MG.
Com isso, acabaram-se os processos contra vereadores carmenses por infidelidade partidária. Anteriormente, os parlamentares Gilson Carlos da Silva, o Gil (PPS), eleito pela antiga sigla PFL (atual DEM), e José Geraldo de Resende Ferreira, o Cuçu (PTB), eleito pelo PMDB, foram absolvidos. Apenas Tileo perdeu o mandato.
(Foto: Thiago Nogueira - 06.04.2004)
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